Ânsias da Alma << voltar
autor: Henrique Karroiz publicação: 31/12/2019
mensagem: Ânsias da Alma
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Irmãos, sabemos que nossa mente, de manhã à noite, viaja pelas terras áridas, pelos corações sofridos; viaja pelas necessidades não preenchidas, pelos amores não compreendidos que, na maioria das vezes, não são amores e, sim, desvirtuamentos dos sentimentos.

Muitos viajam, buscando alguma coisa mais concreta, concreta nos ilusórios, porque firmam-se nas ilusões, sendo muitas destas ilusões criadas pelas fantasias generosas da mente que, nas inadimplências do seu percurso, nos procede a familiares ou a casamentos, ou mesmo nas ligações, não se constituindo no real condicionamento com tantas belezas assim. Então, a alma viaja, busca em campo desconhecido o panorama bonito, uma alma gêmea e uma composição de afinidades muito grandes.

Estas são as ânsias da grande maioria das pessoas, esta é a ânsia do Espírito que quer, ao mesmo tempo, luz, paz, verdade e amor, mas, ainda, dentro dos percentuais mínimos de percepção, característica da própria esfera, sem querer dizer com isto, nulidade perceptiva.

E assim, cada um de nós busca o riacho, o córrego, o rio ou oceano e vai navegando dia-a-dia. Um dia, amanhecemos em meio a tempestades, ventos e convulsões, sem saber para que lado devemos ir; no outro, é um dia de calmaria, em que levantamos a bandeira branca no mastro do nosso saveiro, vendo o sol brilhar, os pássaros a nos rodearem, a sentirmos o frescor do ar a nos penetrar. Neste dia, achamos que o mundo sorri para nós, quando, no entanto, somos nós que sorrimos para ele, ao sentir que nossas aspirações são atendidas, quando vemos as criaturas se portarem como gostamos, embora surgindo nuvens escuras, porém, conseguimos, pelo bom humor do dia, que as sombras não nos atinjam. Conseguimos chegar à noite bem dispostos e saudáveis. Nesta noite, dormimos tranquilos, e nossa alma se desprende, indo em busca das calmarias do Universo. Neste pernoite, talvez encontremos as dificuldades com as almas necessitadas que nos cobram. Acordamos, mas, não tão felizes, entretanto, um pouco mais penetrantes no teor do viver. Abrindo os olhos e pensando: eu estava tão bem ontem e, hoje, nuvens estão em cima de mim.

Tudo isto, talvez ansiando por uma ligação em campo espiritual à noite, no desdobramento de Espírito. Então, acordamos já com um pouco de tempestade, a sujeira em nós, o dia já não tão bonito, tão brilhante, o córrego já com ondas e nós correndo muito mais em suas águas. O nosso barco, às vezes, não consegue ser controlado por este mero incidente noturno e, aí, perdemos a direção certa do barco, deixando que ele toque uma margem e outra, e, com isso, nos ferimos e nos fragilizamos. O dia é passado com mais fragilidade e nos deixamos sentir e sofrer mais. Chegamos, à noite, cansados: a navegação foi difícil. Então, pedimos a Deus a força e a ajuda ao Senhor, a que possamos segurar a direção do nosso barco, içar as velas da paz, estar com o vento a favor.

E o dia seguinte é um dia com mais realidade, como deve ser o percurso e a navegação do dia-a-dia: dias de mais confiança em que precisamos saber navegar com o barco entre os outros tantos barcos e saber cuidar do nosso barco e de seu manuseio.

Assim, com estas variantes todas da caminhada nas ondulações e nas marés, iremos atingir, em algum momento, o grande oceano da vida, onde todo este aprendizado será exigido de nós. Os vários manuseios serão exigidos de nós a demonstrar que estamos prontos a pilotar um grande navio, a enfrentarmos as grandes profundidades das almas e dos planos infinitos.

Desta forma, para atingir este ponto de navegação e aprofundamento, vamos treinando num mapeamento da nossa terra, no mar do Espírito.

Todas as vidas são treinos, aprendizados a serem adestrados durante as tempestades íntimas, para que nos consigamos vergar um pouco mais e aprendermos a lidar com os grandes furacões da eternidade.

Que Deus possa iluminar-nos em cada trajeto, nos ajudando neste grande percurso.

Henrique Karroiz

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