A Conquista do Perdão << voltar
autor: Henrique Karroiz publicação: 04/03/2019
O mundo, hoje, se vê à volta com inúmeros contextos bíblicos que, no tempo certo, surgem, trazendo as dúvidas e obrigando criaturas a se reestruturarem em suas bases religiosas, não é verdade?
Mas, pergunto: por que os alicerces da religiosidade estão tão frágeis que, à exposição de papiros e jóias preciosas, guardados na memória escrita, entre esculturas e matérias primas, causam conturbações, mexendo com conceitos e posturas firmadas?
Por que documentos vêm surgindo e modificando pareceres e organizações religiosas, adestradas e estabilizadas por séculos?
O que vemos, irmãos, é que verdades são guardadas através dos tempos e que surgirão sempre a mostrar uma realidade às criaturas, que vêm tentando manipulá-las por séculos. As verdades surgirão sempre, ao passo que mentiras e inverdades cairão, numa demonstração da fragilidade do homem diante da força divina, não é?
O que será, então, verdadeiro e lícito, a nos fazer acreditar na história bíblica?
Como organizar nosso pensamento e editar esta história tão plena de beleza e ensinamentos, se nos vemos sob eternas dúvidas sobre o seu conteúdo e as citações de irmãos evangelistas?
Em primeiro lugar, lembremo-nos de que as almas encarnadas estão todas à prova e testemunhos, numa conquista de vida a vida, não sendo fácil, depois de tantos séculos, dizermos quem relatou fatos verdadeiros, a que aceitemos, ou os que, no momento, exigem o perdão de cada um de nós.
Perdoar significa ter julgado, e quem somos nós a podermos julgar alguém?
Não, irmãos, não ousemos apenas ouvir fatos ou observar conteúdos, que são passados de século a século, e formar idéias ou averbar sentimentos e posturas. Não. Porém, foi isto e ainda é assim que acontece nesta escola reformatória que é a Terra e no conjunto de almas que a compõem: julgam, editam sentenças e compõem ideias, sem um maior aprofundamento, porém, numa conceituação limitada às poucas percepções de um campo orgânico, também, restrito às funções nesta exemplificação de vida. E, onde ficam as reais percepções das almas? No corpo espiritual e nas suas limitações, não é?
Portanto, estamos ousando muito, intentando estabelecer valores e julgamentos sobre almas, que vieram em funções necessárias, porém vistas como traidoras e ultrajantes, não acham?
No percurso da própria história das civilizações, vemos averbações firmadas, convictamente provadas, que despencam com o tempo e o aprofundamento de ideias, inteligências e sensibilidades, não é verdade?
Não nos cabe perdoar, pois não nos é lícito julgar.
Hoje, almas do passado são expostas sob outras performances, e quem são os seres humanos a poder estabelecer parâmetros sobre alguém que viveu nos séculos primeiros do Cristianismo verdadeiro, a continuarem a crucificar um irmão que se propôs a se denegrir, para que o Cristo crucificado se elevasse diante desta humanidade, que ainda permanece tão primária?
Quem somos nós, irmãos, que crucificamos, anualmente, a imagem do passado, nos esquecendo de que nos estamos mostrando, exatamente, iguais ou piores ainda do que aqueles que sacrificaram o próprio Jesus?
Ele foi crucificado uma só vez, porém, Judas é sacrificado por todos nós, todos os anos, numa performance descabida e furiosa.
Pergunto: Qual a nossa linhagem?
Romana, judaica ou cristã?
Ponderemos, irmãos.
Henrique Karroiz