A Moda << voltar
autor: Cora Coralina publicação: 12/11/2018
A moda se repercute no estado íntimo da alma. Traz o desabrigo às concepções ilusórias, adulterando a magia do ser verdadeiro a compor a figura pertinente que carrega a bolsa grande ou pequena, mas ditada pelos vanguardistas do momento.
A alienação humana e a disposição feminina em alterar suas concepções para seguir as múltiplas alterações no vestir e no pentear fornecem estruturas disformes e fora de um contexto harmônico e natural.
Figuras altas com saias curtas, pernas finas ou grossas com sapatos ponteagudos trazendo à lembrança o palhaço ou o arlequim que desfilam pelas ruas “influentes” nos ditames das cores e texturas.
A largo, passa a mocinha ou a senhorinha que, também, deseja estar dentro da moda, a não perder o namorado ou o marido para a pequena figura de magreza irregular que adoça a boca dos homens citadinos que se entreolham a ver quem anda com elegância e de mãos dadas com uma beleza desejada por todos.
Enfim, estes são os tempos, estas são as movimentações do momento que permeiam a vida fútil e a útil, cada uma delas em instantes certos; mas que não se percam por muito tempo nestas impertinências das tempestades dos figurinistas abusivos, pois a idade e o tempo correm rápidos e nos empurram ao centro da vida, onde as modas se dispersam e somente ficam os ditames das intensas ondulações dos tempos perdidos e inúteis, que se perderam nas composições das cores, dos saltos, das calças apertadas e das “bijous” faiscantes.
Mas tudo é moda, tudo é para a mulher, tudo flutua entre as conquistas e os prazeres, esquecendo-se todas de que o imperativo dos anos irá modular os aparatos das vestimentas e trazer a beleza dos figurinos celestiais, que ultrapassam em tudo, todo e qualquer criador de moda, pois traz as cores perfeitas dos manuseios de mentes, também, perfeitas e sadias, dispensando os excessos e colocando ordem nas figurações, embelezando a matéria, mas permitindo que o toque final seja dado por aquela senhora ou senhorita em seu molde de pensar e de se situar.
Tudo na “onda da moda”, mas não na onda de perfis fúteis que enganam os que veem, os que são e os que passam.
Cora Coralina
Mensagem psicografada por Angela Coutinho em 8 de abril de 2013, Petrópolis, RJ.