A Ave-Maria dos Pobres << voltar
autor: Emmanuel publicação: 29/10/2018
Será igual à nossa?
Será tão plena e profunda?
Será mais aceita?
Será mais atendida e ouvida?
Será que o louvor a Maria se toma diferente somente por diferenças materiais?
Será que temos o direito de, por sermos ricos, dirigirmo-nos mais intimamente à Mãe Santíssima?
Será que, tendo menos, sofrendo mais, teremos os mesmos direitos de usar de nossas palavras à tão alta e elevada criatura?
Será, Meu Deus, que Tua dileta Amiga nos diferencia?
Será, Meu Deus, que Nossa Mãe Celeste acalenta a todos em todas as horas?
Será, Meu Deus, que a Ave-Maria do morro é mais ouvida por estar mais perto dos céus?
Será, Meu Deus, que ricos e pobres têm o mesmo direito de louvar?
Será, Pai Celeste, que nossas vozes se tornam unas em preces em louvores, e será que nos tornamos audíveis a longas distâncias, a longas esferas?
Será que nossa Ave-Maria, a saudação amiga e redentora e nosso canal de abertura, é nossa ligação simples e pura, branda e suave e será que por meio dela abriremos portas e janelas, esferas e mundos, e traremos a nós toda a pureza e emanação de almas simples e iluminadas?
Será, Meu Deus, que a Ave-Maria se tornará para todos o preenchimento maior, o preenchimento de todas as almas, de todas as criaturas em todos os momentos?
Será que sempre sentiremos, ao ouvir esse entoar, a falta maior, o carinho maior, a essência maior, e que nos nutriremos para todo o sempre?
Será que ricos e pobres saberão que nada mais importa no exaltar de suas vozes do que o fervor, do que o louvor, do que a voz maior surgida de dentro de nosso peito, exclamando em uníssono:
“Ave-Maria, pois Tu foste Mãe, Irmã e Amiga de nosso Mestre Jesus e, diante de Ti, nos completamos e nos unimos, em um só corpo, uma só alma, em uma só essência”.
Que a Ave-Maria do morro possa unir-se à Ave-Maria da cidade e fazer soar, numa só voz, a força da paz e do amor.
Emmanuel, 1997