O Rio Da Vida << voltar
autor: Henrique Karroiz publicação: 17/09/2018
mensagem: O Rio Da Vida
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No rio da vida a nossa mente viaja de manhã à noite, não? Viaja pelas terras áridas, pelos corações sofridos, pelas necessidades não preenchidas, pelos amores não compreendidos, que, na verdade, geralmente, não são amores, mas, na maioria das vezes, paixões e desvirtuamento dos sentidos.

Viajamos buscando alguma coisa mais concreta. Concreta, mas no ilusório, porque queremos concretizar ilusões, e muitas destas ilusões são criadas pelas fantasias generosas das mentes que, nas inadimplências do seu percurso, dos procederes familiares ou dos casamentos e suas ligações, não se constituíram no real posicionamento com tantas belezas assim. A alma viaja buscando, em campos desconhecidos, um panorama mais bonito, a alma gêmea ou uma composição de afinidades maiores.

Estas são as ânsias da maioria das criaturas. Esta é a ânsia que pertence ao Espírito, que quer, ao mesmo tempo, luz, paz, verdade e amor, porém, ainda dentro de percentuais mínimos de percepção, percentuais estes que envolvem a todos nós da esfera terrena. Não quero dizer com isto que as almas detêm uma nulidade perceptiva. Não. Quero dizer percentuais já angariados na caminhada cármica, mas justos ainda para o momento em que passam por esta vivência, numa quinta grandeza estelar.

Assim, amigos, cada um de nós escolhe o riacho, o córrego, o rio ou o oceano e vai navegando por ele, dia a dia.

Um dia, amanhecemos em meio a tempestades, ventos, convulsões, sem sabermos para que lado devemos ir. No outro, sentimos um percurso de calmaria em que levantamos a bandeira branca no mastro do nosso saveiro, onde vemos o sol brilhar, os pássaros a nos rodearem, sentindo a frescura do ar que nos penetra.

Neste dia, achamos que o mundo sorri para nós, quando, no entanto, somos nós que sorrimos para ele, quando sentimos que as nossas aspirações são atendidas, quando vemos as criaturas se portarem como gostamos, ao mesmo tempo, percebemos que se surgir uma nuvem mais escura conseguiremos, pelo nosso bom humor do dia e pela beleza da vida que captamos, ultrapassar qualquer nuvem escura.

Desta maneira, aquelas sombras não conseguem nos atingir e conseguimos chegar à noite bem dispostos e saudáveis, adormecendo tranquilos. Nesta noite, a alma se desprende, indo em busca das calmarias do universo.

Por vezes, neste pernoite no infinito, desdobrados, nos encontramos em dificuldades com as almas necessitadas, onde muitas delas nos acessam e nos cobram algo. Voltando ao corpo físico, acordamos não tão felizes, mas um pouco mais penetrantes no teor do viver. Abrimos os olhos e pensamos: Eu estava tão bem e hoje nuvens estão acima de mim porque me lembro de certas coisas, daquilo que deixei de fazer ou do que preciso realizar e tenho medo. Tudo isto, talvez, acionado por uma ligação encontrada em campo espiritual à noite no desdobramento do Espírito.

Então, acordamos já com um pouco de tempestade a surgir em nós, o dia já não nos surge bonito, o córrego está já com ondas e nós correndo muito mais em suas águas. O nosso barco, às vezes, não consegue ser controlado, porque por neste mero incidente noturno perdemos a direção certa do nosso barco, deixamos que ele tocasse uma margem ou outra e com isso nos ferimos e sentimos fragilidades.

O dia é passado com mais fragilidade, pois nos deixamos tocar, sentindo e sofrendo mais. Chegamos à noite cansados, porque a navegação no dia foi difícil. Voltamos nosso pensamento a Deus e pedimos força a nos ajudar a que possamos segurar a direção do nosso barco, içar as velas de paz e sentirmos o vento a favor.

E o dia seguinte é um dia de mais realidade, como deve ser a nossa vida, como devem ser o percurso e a navegação do dia a dia: dias  de realidade, dias de abertura espiritual, dias de posicionamento de confiança, dias em que precisamos saber navegar com o nosso barco entre outros tantos barcos que nos envolvem, aprendendo a cuidar do nosso próprio objeto de manuseio.

E assim, com todas estas variantes na caminhada, nas ondulações,  nas marés, iremos atingir, em algum momento, o grande oceano da vida, onde todo este aprendizado e manuseio serão exigidos de nós, a demonstrarmos que poderemos e estaremos prontos a pilotar um grande navio, e sermos os próprios comandantes que irão enfrentar as grandes profundidades das almas e dos planos infinitos.

Irmãos, para atingirmos este ponto de navegação e aprofundamento, temos que treinar no mapeamento da nossa terra, através dos afluentes dos córregos e dos riachos, até chegarmos ao grande veio universal no mar do Espírito eterno.

Todas as vidas são formas de treinamentos e aprendizados, currículos a serem adestrados durante as tempestades íntimas, para que nos consigamos vergar, um pouco mais, a lidarmos com os grandes furacões da eternidade.

Que Deus nos ilumine a cada trajeto, nos ajudando neste grande percurso!

Henrique Karroiz
Mensagem psicofonada por Angela Coutinho em reunião pública de tratamento espiritual, em 27 de fevereiro de 2008, Petrópolis, RJ.

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