Momentos do Afastamento Terreno << voltar
autor: Léon Denis publicação: 10/09/2018
Irmãos, façamos dos momentos de fé uma união entre os nossos pensamentos, entre uma disposição íntima a abrir nosso peito e absorvermos os sentimentos e as vibrações que vêm de cada irmão com os quais vivenciamos.
Façamos destes momentos portas abertas a acolherem a Casa Mãe de todos nós: o Mundo Espiritual, onde as habitações estarão em relatividade àquilo que colocarmos nos quartos íntimos da nossa mente; onde o chão e o céu estarão conjugando as aspirações de amor e de elevação espiritual; onde os nossos olhos, braços e todo o nosso ser se colocará à disposição de uma continuidade, em relatividade àquilo que trabalhamos na Terra e que deixamos em aberto. Estejamos prontos a alicerçarmos as almas nos campos das afinidades, continuando a buscar objetivos a nos situarmos como almas infinitas.
Aproveitemos esses instantes, para uma pequena libertação dos elos materiais e união com os elos espirituais, a fonte infinita que nos abastece; coloquemo-nos como Espíritos, nos deixando envolver pela vibração luminosa do Messias Jesus; esqueçamo-nos dos problemas, das dores, das dificuldades, embora todos façam parte do nosso currículo terreno, unindo-nos aos campos fluídicos para alimentação de nossa alma.
Temos fome, amigos. Fome de amor, de carinho, de uma compreensão que vai além dos momentos terrenos, compreensão daquilo que sentimos em nós. Sim, sentimos a falta de um afago, não um afago qualquer, mas aquele que nos irá nutrir, basicamente, o tempo todo. Esse afago, essa união só se fará no mundo espiritual, por quê?
A esfera terrena se une por interesses, por antecipação e busca de angariamentos outros. A esfera se polui da mesma forma como as almas ainda se permitem poluir pelas misérias e pelas qualificações injustas, cooperando, geralmente, para angariamentos materiais e possibilitando, com isto, que as falsidades continuem desnorteando o sentido da vida das criaturas.
Quando chegamos perto de nos desligarmos do mundo carnal, sentimos a fragilidade a nos tocar, os elos materiais não nos ofertando amparo, a densidade da vida fugindo e percebemos que tudo mais irá com ela. Perguntamos, então, o que restará? E agora? O que vamos levar? O que foi que angariamos que irá conosco na continuidade vivencial?
Esses questionamentos são inevitáveis, irmãos, e neles colocamos aspirações e emoções. O que nos resta, então, levar?
Apenas os valores, o conhecimento de algo mais profundo, não os conhecimentos efêmeros do mundo material, mas os que conseguimos reter numa visão mais lúcida da largueza do mundo espiritual, quando dele nos aproximávamos nos instantes de fé e recolhimento.
Esse assunto, por muitas vezes, raramente é ampliado por nós, pois a vida nos exige tanto que não podemos parar, não? Porém, nestes momentos de reticências emocionais sentimos a falta de uma página instrutiva e o vazio nos lança as interrogações e, naturalmente, o medo do que iremos encontrar. Não sabemos nada, para onde vamos, com quem nos iremos defrontar, o que iremos fazer e mesmo o que acontecerá conosco. Estas arguições nos tocam, nos ferem e nos chocam.
O desconhecimento desta continuidade de vida irá trazer perturbações às almas. Entretanto, irmãos, o afrouxamento dos laços materiais e a proximidade dos elos espirituais nos mostrarão, exatamente, por onde caminhamos na vida.
O que poderemos relacionar a que vá conosco, o quê? Nossos bens, títulos, as ilusões, os altos postos, fama, as ditaduras humanas? Não! Nada disto nos acompanhará! Apenas nós, com a nossa consciência, os feitos morais e os valores angariados.
Esta é a bagagem que precisamos trabalhar para que permaneçam conosco nestes momentos em que as interrogativas se tornam inúmeras.
Todos precisamos estabelecer elos mais fortes na vida encarnatória, buscar essa bagagem mais profunda que nada na materialidade nos dá. Nada nem ninguém, porque todos nós estamos nos mesmos patamares espirituais, uns avançando, outros em percursos mais lentos e alguns mesmo estacionados nos mesmos níveis vibracionais. Porém, irmãos, não desperdicemos, pois toda hora é hora de enfocarmos essa visão futura.
É assim, amigos, que precisamos viver hoje, mais cientes de que a vida futura espera por nós numa outra sistemática vivencial, em seletividades mais amplas, firmes e rígidas, e que iremos habitar mundos ou esferas em relatividade às nossas vibrações e à nossa moral.
Caminhemos, amigos, ao encontro de nós mesmos numa realidade mais clara e esclarecedora, mas não nos iludamos! Ambicionemos sim, levar uma bagagem farta, fértil, de uma grande fortuna, aquela onde tenhamos tido consciência do cumprimento dos nossos deveres, de ter enfrentado as dificuldades e de ter propiciado a nós uma seletividade em nossos pensamentos, sentimentos e valores. Partamos firmes para o encontro com o nosso Lar Eterno.
Que possamos, a cada dia, aproveitar esta vivência importantíssima, a nos ajudar num posicionamento mais íntegro e cristão diante de nós mesmos e da Justiça Divina.
Que Deus nos abençoe.
Léon Denis
Mensagem psicofonada por Angela Coutinho em reunião pública doutrinária em 1 de junho de 2015, Petrópolis, RJ.