O Que é o Viver? << voltar
autor: Henrique Karroiz publicação: 24/08/2010
O que é esta constância de situações e atos a nos tocarem e situarem nesta escalada entre sofrimentos e dores, numa eterna militância de estrutura humana carnal e de constituições mentais, às quais jorram em cada manifestação de segmentos e etapas vivenciadas?
O que chamamos de "viver”? Como viver? Como achar a luz certa a nos distinguir dos irracionais e nos apontar na consciência uma sequência nítida e positiva a que possamos nos utilizar do raciocínio, da razão e da lógica?
O que produzir nesta vivenciação, se os tumultos da matéria confundem, a cada instante, nossos prognósticos de vida, aspirações e sentimentos, a nos isolarem num mundo íntimo conturbado e sem rumo, por muitas vezes?
Como nos alicerçarmos e fincarmos os pés no chão desta promissora terra? Como construir a vivência em pautas de uma visão reta e fértil, sabendo o que precisamos fazer e como fazer? Como viver a cada dia se nós mesmos mudamos as diretrizes diárias a procurar acertar? Onde o caminho certo a ser perseguido? Na lógica ou na razão, nos sentimentos ou nas grandes pressões da materialidade, que nos engolfa e nos empurra a esmo, sob a enorme pressão que o progresso nos traz, além das próprias ânsias que carregamos como Espíritos?
Como, amigos, analisar o viver de cada um de nós se sentimos as fragilidades a nos tocarem e o destino com sua força imensa a nos pressionar a posicionamentos, nem sempre ideais ou promissores?
Estas verdades são, declaradamente, trazidas a nós há todos os instantes e se multiplicam a cada momento em que as etapas do viver se alinham a nossa frente.
O que acontece com o rumo do viver, se as atitudes tomadas por nós, muitas das vezes, nos torturam e não nos permitem diluí-las ou delas nos livrarmos?
O viver é uma grandiosa experiência a todos que, como naturezas pensantes, já conseguimos distinguir o certo do errado, o lúcido do ilusório, as medidas a serem alicerçadas e as conturbações a serem afastadas desta sequência vivencial. Mas pergunto a todos, como definir os caminhos a serem seguidos e firmados?
Naturalmente, que nestes entrelaçamentos estão contidas as propostas de nós mesmos como Espíritos em busca da dissolução de edemas e torturas, refazimentos e doações, a nos alertar a que as lutas e o grande empreendimento do crescimento espiritual são os objetivos principais de almas ainda envolvidas em estruturas fragilizadas, que se propuseram a alinhar valores, ética, sentimentos, moral e fé.
Particularmente, cada alma vem estreitar relacionamentos e limpar as "fachadas" de Espírito com deformações mentais que as identificam como sombrias matérias a assombrar as suas próprias telas mentais.
A situação na esfera, hoje, exige muito das criaturas. O despertar da real consciência é tarefa longa e constante, porém, ainda não se fazendo clara e trazendo os seres sob dúvidas e tristezas diante das tantas dificuldades que lhes chegam sob catástrofes, dissoluções, paralisias mentais ou físicas, torturas em sentimentos ou emoções a lhes distorcerem, intimamente, fazendo-os sentir a instabilidade em suas vidas. A rigor, a grande maioria se ilude, se tumultua e atordoam com a falta de amor, inimizades, processos ilusórios que lhes apontam rumos com objetivos distorcidos, com as indiferenças e dissoluções em uniões, no emprego que deveria lhes abastecer o viver, com a falta de amparo dos consanguíneos ou mesmo da parentela humana.
Todas estas situações nos trazem sob encruzilhadas e os seres buscam, então, saídas e respostas para os acontecimentos diários, os quais, muitas vezes, trazem definições outras que não as esperadas no viver futuro.
Se registraram e firmaram as almas seus objetivos em planos espirituais, como não conseguem se manifestar em direção a eles? Não foram, fortemente, fixados em nossa consciência na mente espiritual?
Mas lembremo-nos de que o processo reencarnacionista apaga o viver pretérito, com isto nos abrindo uma página em branco a reescrevermos um novo começo e percurso para nossa proposta de renovação, desenvolvimento e engrandecimento espiritual.
Lembremo-nos de que as etapas a serem nomeadas de burilamentos e ressarcimentos são as que nos colocarão, novamente, a prova, para que modifiquemos, já com novas disposições, melhores posicionamentos mentais e emocionais.
O difícil para as criaturas é entender que estes instantes mais prensados são os que nos são dispostos como testes e provas a serem ultrapassados, a nos proporcionarem crescimento e entendimentos maiores. Mas como agir nestas ocasiões, o que buscar, a quem recorrer?
Em primeiro lugar, será preciso estar ligado sempre aos planos superiores, a Deus, o Criador das tantas belezas naturais; a Jesus, o Espírito seleto que partilha conosco o crescimento das molduras e dos íntimos de todas as naturezas; aos Seus mensageiros, que dispostos estão a servir a irmãos ainda retidos nas inconveniências ou distúrbios das matérias densas quanto nas fluídicas. Estas ligações serão sempre o sustentáculo das almas, estes serão os alicerces a se fazerem como elos a unirem as criaturas numa frequência infinita de amor, verdade e luz.
Em segundo lugar, estabelecer a si mesmas condições de lucidez, nesta união de almas, ampliando os conhecimentos de vida através das mensagens evangélicas e no preenchimento das necessidades que os próprios Espíritos sentem. Conseguindo isto, a caridade ao próprio ser precisa ser constante, caridade esta a ser complementada na aproximação das próprias realidades no viver, ao se aproximarem e tomarem conhecimento das diferentes situações porque passam as criaturas terrenas em suas terras, cada qual com uma espécie de vida. Esta abertura permite às almas saírem um pouco de si mesmas, dispondo-se a presenciar, também, as dificuldades e as variadas vivenciações dos muitos povos que apresentam suas próprias endemias nos diferentes campos do progresso terreno ou ainda nos tumultuados e primários campos de realinhamento de seus corpos e espíritos.
Em terceiro lugar, será preciso que as criaturas persigam no estudo de uma proposta de vida, tomando maior conhecimento dos conteúdos espirituais, vendo-se como parte da Criação, com propósitos definidos e se permitindo conhecer os "rituais" de um viver, as medidas a serem observadas, para que tenham bons relacionamentos com outros irmãos como:
- procurar fazer parte de uma sociedade que se distende ao seu redor;
- distribuir seu calor de ser infinito aos consanguíneos que lhes rodeiam, fazendo-se parte atuante na constante familiar e humana;
- trazer-se sob controle de atos, pensamentos e palavras, não os distribuindo sem o rigor de uma maior apreciação;
- firmar compromissos consigo mesmo de respeitar as leis morais terrenas e universais, trazendo a si a responsabilidade em suas atitudes, o respeito à toda a Criação que se distende a sua frente, transformando para melhor tudo que se dilata diante de si, não menosprezando ninguém e respeitando os contextos vivenciais de cada ser, como construção positiva ou negativa, porém sempre observando que a imposição das leis de causa e efeito estará repercutindo-se em cada estruturação. Este ritmo de observação deverá ser constante e lúcido a que possam as criaturas se fazerem atuantes nestes diferentes posicionamentos, entendendo, assim, os múltiplos e necessários objetivos cármicos a serem enfocados e manuseados.
Não podemos viver sem um maior aprofundamento dos objetivos de cada vida. Para que possamos perceber estes objetivos cármicos, ultimemos uma análise mais aprofundada em nós mesmos: revendo os pensamentos que surgem a nós quando nos lembramos de alguém ou de alguma situação; percebendo sentimentos que se exteriorizam diante das diversas movimentações de vida; observando o rumo dos acontecimentos que damos em nosso dia-a-dia, analisando-os e buscando o porquê das direções tomadas; revendo ao final de cada dia os atos, sentimentos e emoções nos múltiplos relacionamentos com os seres com os quais nos contatamos; percebendo em nós quais as referenciais maiores que lançamos ao próximo, se serão os positivos de dignidade, compreensão e humildade ou os de arrogância, orgulho, inveja ou mesmo indiferença.
Após querermos fazer esta análise mais profunda, "tomar conta" da direção que tomaremos a cada dia em nossos relacionamentos, vigiando e tentando, nesta vigilância constante, controlar sentimentos e emoções, domando "alguma fera" que ainda poderá estar escondida dentro de nós e fazendo-a mansa e amiga, a podermos ultrapassar as diferentes etapas e concluirmos termos objetivados em pianos espirituais.
Todo o processo de vivenciação exigirá de nós, naturezas pensantes e abusivas ainda, uma reeducação constante, a que não percamos momentos preciosos deste viver, pois não sabemos quanto tempo nos resta neste percurso vivencial ou mesmo daqui a quantos anos ou séculos poderemos retomar, a modificar nossa estrutura físico-espiritual em busca de uma luz maior às nossas almas.
Usemos desta bela oportunidade de servir, servindo a nós mesmos como ovelhas de um rebanho, a podermos caminhar com o Pastor que nos orienta com a beleza de Seu exemplo e de Suas figurações. Busquemos na prática do bem, do amor e das verdades, a lucidez a nossos Espíritos, que atormentados ainda se mostram num grande apelo ao Pai maior, a lhes ajudar a se posicionarem em melhores formas e conteúdos.
Henrique Karroiz
Mensagem psicografada por Angela Coutinho, em 24 de agosto de 2010, Petrópolis, RJ.