Bondade e Retidão, Fatores a Incidirem no Aperfeiçoamento do Caráter << voltar
autor: Henrique Karroiz publicação: 07/08/2002
Suficientemente, nos achamos atrelados em potentes agraciamentos de moral e caráter. Fortes e legítimos a acobertar as nossas delinquências e, mesmo falcatruas às quais visualizamos como respostas prontas de caminhada.
Todas estas substâncias que atrelamos a nós sob formas acentuadas a estabelecer um posicionamento e um ritmo ao viver, todos os conteúdos e apreensões em que nos envolvemos e que achamos serem os certos e necessários, estarão ligados às proporções de caráter e retidão em delineações, que nos proporcionarão dilatar atitudes e palavras, como também alicerçar em nós conceitos, certos ou errados, mas que pela firmeza de nossas necessárias convicções irão se formatar cada vez mais em nosso proceder.
Amigos, a bondade e a retidão são tentáculos de nosso caráter que irão subir e tentar se acoplar ao corpo de nossa moral ou se dispersar no caminho infinito. Por quê? O que nos distancia destas formatações tão plenas e tão necessárias para que cresçamos e sejamos vistos como reais filhos de Deus?
Bem, as nomenclaturas em virtudes e condicionamentos variam ao infinito, porém a cada vida iremos distender algumas delas, geralmente aquelas nas quais mais exorbitamos ou nos distanciamos. A suportar estas manipulações passaremos pelas intempéries que nos possibilitarão os resgates e revisões de interpretações errôneas em que nos deixamos envolver.
A cada existência os vínculos cármicos se distendem, se firmam, se elucidam e se adestram, como também envolvidas por cada uma das necessárias nomenclaturas as almas irão se proporcionar acionar esta ou aquela colocação íntima sensorial, moral, humana e espiritual.
A alicerçar algumas delas, nossas possibilidades surgirão, entretanto como de hábito tentaremos refugar as que mais nos envolverão em dores e sofrimentos, a fugir das constâncias que exigirão de nós as modificações, modificações estas que irão partir de uma visualização mais firme e correta, sugando as pautas vivenciais em que trafegávamos até este momento.
Começando, então a inspecionar a bondade e a retidão dentro de nós, quais seriam os aspectos a serem vistoriados, hoje, em vida carnal para que não os levássemos para a vida espiritual?
Vários são os aspectos a serem enfocados:
Pela busca à virtude da bondade, esta realidade em que precisamos trazer sob constância vivencial, esta virtude plena e que, embora a desejemos para que venha em nossa direção partindo dos "corações bondosos", mas que, entretanto se torna difícil de ser extraída de nós mesmos, numa demonstração de entendimento e desprendimento em doar e acariciar, querer bem e aceitar, amar e não conjeturar.
Bondade é plenitude da alma que já sofreu e ultrapassou seus próprios desgastes, partindo do nada para ofertar o tudo que já retém, justamente pela lisura íntima e o despojamento de si mesma.
Então, amigos, como iniciar e tentar rever nossos atos configurando-¬os em aspectos autênticos de bondade e entendimento no desprendimento de si próprio?
Em primeiro lugar aprendendo a entender e não julgar, apenas corresponder às criaturas irmãs em atos e palavras que lhes beneficiem e lhes tragam aspectos melhores de vida, de posicionamentos íntimos que construam e que façam com que almas se ergam, se aceitem e reencontrem, também com valores e posturas mais amplas.
Tudo isto será buscado sem questionar ou medir, num acesso à nossa parte espiritual divina que retém maiores possibilidades de doação.
Em segundo lugar, nos atos de bondade precisaremos nos sentir plenos e em acordos conosco mesmos e com Deus, porém não permitindo que despertem em nós excesso de vaidade e orgulho por deveres cumpridos. Não, o extravasamento articulado em nós e que nos projeta a irmãos em atos bondosos e despojados precisará ser autêntico e, rigorosamente feito sem visar retornos, esquecendo-nos depois de tudo que foi demonstrado ou doado.
Por quê? Para que seja verdadeiro, pois cada um de nós que pratica atos bondosos, quando, realmente o faz "lisamente", não pensará mais neles, porque fazem parte de nossas movimentações diárias.
Mas e se apenas conseguimos distender alguns atos e nada mais? Se ainda não dispensamos o elitismo, o racismo e as divergências sociais, o que fazer?
Simplesmente, olhar para si e colocar-se no lugar daqueles que rejeitam. Olhem-se no espelho e tentem se ver com a pele negra, com vestes corroídas e sujas, com o aspecto humilde, e perguntem se não gostariam que alguém os ajudasse e amparasse de alguma forma. Então, partam para um processo de renovação dentro de vocês, buscando um asilo ou orfanato a visitarem, e dentro de uma destas casas, "adotem" algumas destas criaturas e tentem ajuda-las, com palavras, gestos, doações e aquilo que mais dispuserem.
Esta aceitação já será o início a ultrapassar as divergências que lhes cercam, a ponto de verem vocês, nestas almas sofridas, e perguntando-se nestes momentos: e se fosse eu que aqui estivesse? O que gostaria de receber? Quem gostaria de encontrar?
Amigos, a bondade é algo que surge a cada vida e, realmente ela se tornará cada vez mais transparente à medida que entendermos a vida e tudo aquilo por que passam as criaturas. Surgiremos, então a cada existência em mais conformidade, compreensão e aceitação de todos os processos de almas irmãs com quem nos defrontarmos.
A bondade se nutre de amor, de entendimento e doação num amplexo legítimo de autenticidade de intenções, paralelamente ao nosso crescimento espiritual.
A natureza humana, porém é limitada, e nestes constrangimentos íntimos vivenciais se intimida e não se dilata, egoisticamente, retirando de si todas as possibilidades de crescimento íntimo e conjunto. Sim, porque crescer intimamente é trabalho efetivado em círculos vivenciais com outras tantas almas, pois nestes encontros é que deixaremos marcas de plena bondade e doação em nós e a nosso redor.
Bem, agora vejamos a retidão:
Quando falo retidão quero me referir à autenticidade em direitos e deveres, o que nos auspicia a enfrentar a nós mesmos sem medo ou remorso.
O que é retidão de caráter para vocês? Como compor este processo curricular vivencial, como nos firmarmos nele? Sabem que a retidão é uma das pernas desta grande moral que viemos firmar a cada vida, não? Então, como fazê-lo? Em que nos concentrarmos? Para que nos darmos este trabalho?
Em primeiro lugar, muitos de nós desde a nossa criação já nos permitimos modular em retidão de pensamentos, palavras e atos, pela simples resposta aos próprios chamamentos íntimos de deveres e direitos.
Sim, a cada modulação cármica, tanto em planos reencarnatórios como em mundo espiritual as chamativas da correção nos tocam e projetam uma grande lealdade íntima e de irmão para irmão. Acrescentemos que a bondade e a lisura de intenções já fazem parte deste processo de coordenações honestas, justas e puras.
Será que esta retidão já seria um dos mais férteis aspectos de almas que já atingiram a sua plenitude espiritual ou que pelo menos estariam mais perto dos campos iluminados?
Sim, a demonstração de retidão em caráter, aliada às concepções de lealdade, justiça e respeito, devidamente agasalhado em direção a todas as almas já é uma das demonstrações do "amai ao próximo como a si mesmo", numa oferta maior do que uma busca e preenchimento a si própria.
Então, revemos na retidão a plena aceitação das diferenças sociais, dos racismos e das divergências sociais, pois aqueles que agem com retidão, supõem-se estarem mais próximos ao entendimento e ao respeito diante de seu semelhante.
Unindo bondade e retidão, acionaremos a compreensão e a aceitação, formando um complexo estrutural humano e espiritual mais dilatado neste edifício que somos nós.
A porta principal deste edifício humano que surge a cada vida é saber conviver, saber usufruir todas as ofertas e, também respeitar as ofertas dilatadas às outras tantas almas.
Assim, abrindo pelo menos em parte esta porta conseguiremos escalar o edifício todo, até chegarmos ao seu topo onde se encontra instalado o pleno amor, aquele que irá compor a grande moral que precisa nos abraçar em percentuais dignos de serem vistos pelo nosso Pai e Criador, e por nós mesmos sem remorso ou medo, mas sim com a certeza de que todo nosso trabalho pelas diversas existências não foi em vão.
Continuemos firmes, meus amigos, e prosseguindo neste exercício tão lindo que é o viver.
Henrique Karroiz
Petrópolis, 07 de Agosto de 2002.