As Personalidades Obsidiadas << voltar
autor: Henrique Karroiz publicação: 13/03/2011
Quem são as personalidades? Todos sofrem obsessões? Todos sofrem atuações. Mas de quem? Do mundo espiritual ou do mundo terreno? Dos dois planos, isto é: atuações e obsessões no mundo carnal e no mundo espiritual.
Não julguem a espiritualidade, aqueles que viveram nesta terra e que estão, hoje, na erraticidade, como criaturas perversas que estão lhes instigando, porque se lhes obsediam é pela simples razão de que deixaram as portas abertas de alguma parte de sua mente ou de seu proceder e, por isso, estão ambos em afinidades por vontade de ficarem juntos numa mesma casa. Pergunto: qual é a casa? A casa mental, onde os pensamentos são gerados e as condutas transformadas em idéias e exteriorizadas. O que temos que fazer, amigos, é tomar conta desta casa mental, ou seja, da mente, do pensamento, do linguajar mental, dos sentimentos impulsionados a vibrações múltiplas, que identificam cada alma como Espíritos pensantes, em energias a movimentar outras tantas energias..
Fatores múltiplos nos oneram pelas vidas, não é?
Muitos de vocês já conhecem ou ouviram falar sobre os diversos processos de obsessão que podem envolver as criaturas, porém como estamos na tentativa de nos modificarmos e, por isso mesmo, as dificuldades são muito grandes, e, como, também, por nos encontrarmos no envolvimento com irmãos em cobranças e em afinidades múltiplas, justamente, por isto, é que nossa atenção precisa ser redobrada nos cuidados a exercícios íntimos de modificação de nossos pensamentos, moral, sentimentos e condutas.
Na verdade, talvez, a grande maioria desconheça os estágios dos processos obsessivos. Quais seriam estes estados em seus diferentes estágios? Bem, seria necessário um estudo mais aprofundado a penetrarem no conhecimento total destes fenômenos psíquicos, numa aula específica dentro do estudo da Doutrina, mas como estamos apenas trazendo à tona alguns pontos ou mesmo faíscas destes processos, para que percebam o quanto é importante o aprendizado e a vigilância de pensamentos e o interesse pelos diversos tópicos da Doutrina que lhes apontem a melhores caminhos de vida, citaremos alguns tipos de atuações energéticas positivas e negativas, os inúmeros efeitos e consequências em cada ser por uma, duas ou mais vidas.
Quais seriam os diversos tipos de processos obsessivos? Podem ser definidos como: obsessões simples ou mais complexas, como, muitas delas, oriundas de pretérito, surgindo sob contingências mais fortes. Existem a fascinação e a subjugação. Nestas atuações os obsessores podem ser encarnados e desencarnados a ativarem os processos físicos, orgânicos ou psíquicos. Na manipulação ao físico, enfermidades podem ocorrer causando distúrbios não encontrados pela medicina terrena, mas sentidas pela criatura encarnada por estarem as atuações impregnadas em seu corpo espiritual, ou seja, no seu perispírito, que se traz sob fragilidades de pretérito, como, também, poderão ocorrer de formas mais pungentes e, se exteriorizar no corpo de carne, por ter este corpo, campos que já se encontram sob debilidades, servindo, assim, como uma válvula de escape para as impregnações deletérias impostas pelo “obsessor”.
Na fascinação encontramos, também, um campo aberto a conquistas maiores, a jatos de poder, comandos, ilusões. Por que ilusões? Pelo simples fato do obsessores encarnados ou desencarnados, adularem as almas em quaisquer que sejam as situações em que se trazem sob vaidade, egoísmo ou orgulho, assim, firmando algo que as deixam no “topo” de situações, sejam elas vivenciadas através da materialidade ou pela intelectualidade e, muito mais ainda, pela mediunidade, forçando a criatura a se ver sempre acima da razão, do discernimento e do necessário equilíbrio no viver. Estas situações são muito perigosas se não foram tratadas a tempo, pois poderão gerar uma “composta loucura”. Por que “composta loucura”? Porque será composta pela fixação da própria criatura, com suas excentricidades e ilusões e as que são ditadas e impulsionadas pelos outros irmãos, sejam eles encarnados ou não, gerando uma personalidade fora da sua necessária realidade de vida.
Na subjugação o processo de absorção é quase total ou total, não tendo a criatura encarnada consciência de si mesma, servindo de fantoche nas mãos de seu obsessor. Os processos são, geralmente, tão intensos que as almas, que sofrem atuação no seu corpo físico, se transformam e, por muitas vezes, exteriorizam-se em atitudes ridículas e em desacordo com sua moral, enfatizando, por vezes, até formas animalescas, numa transfiguração total e absurda. Talvez perguntem se um ser encarnado poderia levar outro a se manifestar dessa mesma maneira, não é? Respondo-lhes que sim, que uma criatura encarnada com grande poder magnético poderá levar outra a processos de subjugações intensos, manipulando-a como quer e precisa, como também isto acontece em planos espirituais, onde os espíritos inferiores detêm sob outros tantos o jugo total, fazendo-os escravos ou titulares de maldades ou situações embaraçosas.
Quantas vezes vemos até mesmo mães ou pais exercendo uma total subjugação sobre um filho ou filha, cerceando todo livre arbítrio e manipulando-os como querem e, por muitas vezes, levando-os a distúrbios imensos. O que isto significa? Apenas que esta ascendência vem de passado e estas almas são devedoras umas das outras, trazendo-se num processo de cobrança intensa, ainda não se flexionando para um maior entendimento e paz, assim como os desencarnados poderão levar uma criatura encarnada à loucura, por já se trazerem sob abusos e desequilibradas atitudes e sentimentos, repercutindo-se, desse modo, no corpo denso e afetando um caminhar que precisa ser processado em formas mais nítidas de fé e humildade.
Outra forma de obsessão é a auto-obsessão. Como se apresenta nas criaturas encanadas?
Observa-se a auto-obsessão em criaturas pessimistas, negativas, depreciativas e sem uma auto-estima, demonstrando atitudes diversas das que detêm normalmente os irmãos encarnados, tendo uma mente doentia e arredia a quaisquer penetrações ou modificações, reagindo, mais ou menos, como um autista, que nega a existência atual e tudo que o rodeia. Este fechamento faz parte de passadas do pretérito onde, por vezes, foi afrontado, maculado, ferido em físico ou sentimentos, como, também, podendo ser este fechamento uma inconformidade com o mundo que o rodeia e para o qual precisou retornar objetivando uma melhor compreensão de si mesmo e daqueles que o rodeiam, e, de modo geral, existindo sempre uma ligação profunda com os consanguíneos mais próximos. Este é um processo espiritual íntimo, que precisa ser trabalhado por várias vidas para que a alma desabroche e desperte para uma vida normal. Como solucionar isto, perguntariam vocês?
Diria que com orações e muito amor e carinho, tentando sempre um diálogo afável e sem exigências maiores, para que não aconteçam recuos do ser, a se sentir invadido e pressionado. A leitura do Evangelho em suas diversas passagens feita constantemente e, uma precisa atuação espiritual de um centro espírita, naturalmente sob a orientação do mentor da casa ou de um doutrinador encarnado com percepções mais aguçadas, a perceber o quanto a alma sofre por sentir-se sob uma capa densa de sentimentos fortes, que a fazem lutar, intimamente, sem conseguir sair de uma casca defensiva. Observa-se, ainda, o cuidado para que esta alma não se deixe ser obsidiada por um desencarnado, que se aproveitando de uma porta aberta, poderá intentar um domínio de fácil manipulação, com vivas intenções de compartilhar ideias e viciações.
Diante destas explanações, podem perceber, quando dizem ao chegar numa casa espírita que estão sob atuação de algum espírito desencarnado, muitas das vezes estão sob suas próprias atuações, o que faz com que se sintam diante de processos externos que não conseguem lidar, mas, na verdade, meus amigos, todo processo obsessivo vem alicerçado por afinidades, sejam essas afinidades temporárias ou não. São dívidas com o presente, dívidas adquiridas no pretérito com as almas que vivenciam junto nesta atualidade ou dívidas com os que deixamos em campo espiritual.
Assim, irmãos, processos obsessivos podem envolver as almas fragilizadas em fé, moral e verdades, porém como estão em tentativa de crescimento e modificação, tendo por isso mesmo grandes dificuldades por estarem no envolvimento com irmãos em cobranças, necessidades, desafetos ou afinidades múltiplas, a atenção precisa ser redobrada nos cuidados a exercícios íntimos de modificação de pensamentos e condutas.
A obsessão é uma dívida, uma culpa ou um acúmulo retido e que nos traz sob defasagens e desequilíbrios. Nestes envolvimentos, culpamos sempre a alma irmã que convive conosco e que nos pressiona de alguma forma, ou aquela ou aquelas que nos acompanham em plano espiritual, não? Sim, elas ou eles são sempre os “obsessores” ou “os culpados”, não são? E, por que, então, estas situações nos envolvem? Pensemos. Quais as qualidades que retemos? Serão reais estas qualidades? Como sabemos que estas qualidades, realmente, existem e são exercidas? Ou serão qualidades “supostas” por nós, para abastecer nosso ego?
O que assistimos de plano espiritual são almas alicerçadas em causas de pretérito e trazendo-se sob efeitos que surgem como uma auto-obsessão, como problemáticas materiais, problemas psíquicos, emocionais ou deformações físicas e orgânicas. Por quê? Porque se ainda retemos alguma defasagem é pela simples razão que nosso corpo espiritual está “despejando”, “expurgando” os excessos impregnados que o fragilizam e que transbordam por não mais suportar os acúmulos adquiridos por vidas e vidas. E, assim, as almas vêm às reencarnações para tentar jogar fora o “lixo” acumulado em outras vidas e, nestas diversas modelagens carnais, Deus nos dá as grandes oportunidades de aprendizado e crescimento, exterminando os germes cravados em nosso corpo espiritual e que nos incomodam e fazem sofrer. A cada vivenciação, as almas escolhem as etapas por que querem passar, assim, libertando-se das formas deletérias a que estão vinculadas.
Por isso, irmãos, não nos qualifiquemos tanto neste viver efêmero, pois estamos todos alinhando os alicerces básicos para a vida eterna, para que a estrutura espiritual possa respirar livre dos edemas criados por nós mesmos e vinculados a cada encarnação. Não pensemos somente em afastar “os obsessores” que lhes incomodam, pois, se estão ungidos a eles é por sentirem-se em plena complementação de gostos, vontades, ideais e vibrações. Mas não gostam do que sentem quando estas almas estão próximas, não é? Sim, pois, na verdade, amigos, vocês sentem em dobro tudo aquilo que vocês próprios distenderam e recolheram em outras vidas ou mesmo nesta, e que se concentra, também, nestas almas em afinidades totais com vocês.
Como nos livrarmos destas pressões? Como nos modificar para que estas almas não se sintam “tão bem em nossas casas mentais?”. Simplesmente, modificando a vocês próprios: pensamentos, vibrações, vícios, condutas e palavras. Renovando-se em atitudes, instituindo normas de viver rígido, disciplinas na conduta mental, cuidando do palavreado, da projeção mental e do julgamento ao próximo. Este tipo de aprendizado vai requerer de cada alma muita força de vontade, persistência e amor. Querer é poder quando se visualizam objetivos de plenitudes maiores, porém, acima de tudo, a nossa organização carnal e mental vai precisar de ajustes e lapidações, e somente na exemplificação do Evangelho Cristão é que iremos encontrar o meio certo a nos ajudar.
Henrique Karroiz
Mensagem psicografada por Angela Coutinho em 13 de fevereiro de 2011, Petrópolis,RJ